sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Uma longa noite de amor

















  O sol começa a nascer, os raios de luz começam a iluminar algumas partes do teu corpo nu. Fico admirando a sua pele,seu rosto sereno e os seus músculos descontraídos. Procuro minha câmera e começo a fotografar aquele momento, até você acordar do seu sonho e me puxar contra o seu peito.
  Aquela noite foi um reencontro, uma desculpa pra garantir o perdão depois das brigas, adiar o fim.Nos encontramos em um bar, cada um no seu canto,pairava a raiva no ar. Você se aproximou e pediu a minha bebida favorita. Me entregou junto com uma rosa, escrito em cada pétala 'desculpa'.
  Nós conversamos, não aguentei firme na minha decisão, já tinha resolvido que não iria cair na sua lábia, voltar pros seus braços. Terminei te trazendo pra mim e beijando seus lábios, que estavam tão doces que não queria parar. Estava errado, não podia fazer aquilo. Então me afastei.
  Não acreditei no que estava fazendo, eu queria voltar para os seus braços mas sai do bar, quase que correndo. Fui para a parada de ônibus, a rua estava solitária. Vi seu carro se aproximar, corei. Você desceu e me puxou pelo braço, me enfiando dentro do carro. Trancou as portas e não falou nada o caminho inteiro e só parou quando chegou em casa. Você começou a me beijar e me levou pro seu quarto.Me jogou na cama e só agora falou: "você é minha e eu sou seu. Assim sempre será, pois eu não vou deixar de te amar e nem você a mim". E com essas palavras entramos numa longa noite de amor e desculpas, entre lágrimas de alegria.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Desejo proibido


















Quero beijar a tua boca calmamente como se o tempo não passasse, percorrer o teu corpo explorando os detalhes minuciosamente, como se fosse fazer um mapa pra um dia ou outro explorar.
Não posso me permitir te amar, cair na tentação de olhar o reflexo da tua alma no teu mar de olhos, prender o meu olhar na dança dos teus lábios e sonhar com o teu cheiro,suspirando cada vez mais forte como se fosse guarda-lo dentro de mim.
Você pra mim é proibido, só posso te ter como amigo e nada mais. Nunca pensei que esse amor ia se enraizar no meu coração, penetrando a minha mente e me fazendo perder a noção.
Gostaria de dizer, um dia, que o sofrimento diário me fez ter o teu coração, possuir o proibido de forma que ninguém fez e fazer da tua boca a minha boca e o teu corpo o meu.

domingo, 13 de março de 2011

Memórias sofridas


















Talvez eu saiba que eu deva te esquecer, que tudo o que falam é a verdade mais pura, que o meu sofrimento cessará e que tudo isso é só mais uma ilusão do coração. Mas eu simplesmente não consigo esquecer tudo que passamos, tudo que foi falado, o seu sorriso, seu olhar grudado no meu a brilhar, sua boca a me beijar, sua voz sussurrando em meus ouvidos e o seu corpo contra o meu numa pressão perfeita.
Deixar tudo para trás e dar um passo para um futuro sem você, sem seu cheiro impregnado em mim, está sendo quase impossível. Meu cérebro diz para dar o passo o mais longo possível, pois está saturado de tanto repetir as mesmas memórias sofridas, mas meu coração não me deixa andar, me faz permanecer parada, porque sabe que ter um pedaço de você faz com que ele se sinta melhor do que sem nada.
Eu já me adaptei a você e será difícil desacostumar, não te procurar em cada olhar, não querer ouvir a tua voz a cada 'eu te amo', não sentir o calor do teu corpo, só do seu. Eu sei que se eu esperar, um dia a sorte soprará pro meu lado e que essa maré de tristeza passará; que eu terei a minha chance de ser feliz.
Cansei, só cansei de derramar lágrimas, de nada dar certo, de não te encontrar. Darei um prazo pro meu coração se decidir, pra que ele possa tentar se acostumar com outra pessoa, mas se quando esse tempo acabar ele continuar persistindo que só você serve para acalmá-lo, então eu vou fechar os meus olhos e esperar que essa dor tenha um final feliz.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Entre as lágrimas e o mar



















  "EU TE ODEIO, ODEIO TER QUE VIM PRA ESSA PRAIA IDIOTA! EU QUERO VOLTAR E FICAR COM AS MINHAS AMIGAS!" e bate a porta da casa em seguida. Sai andando pela areia quente resmungando, entre dentes, algumas coisas que não foram ditas. Se senta na beira do mar, olhando as ondas baterem aos seus pés e suas lágrimas caírem.
   E após alguns minutos, ela escuta alguém cantar sua música preferida "Imagine all the people,Living life in peace.You may say, I'm a dreamer,But I'm not the only one,I hope some day you'll join us,And the world will be as one..." E aquela voz se aproximou até sentar ao seu lado e enxugar as suas lágrimas. 
   "Você está bem? É um lindo dia para se ficar chorando..." E então, ela encontrou os seus olhos azuis da cor do céu, aquele sorriso perfeito e o bronze mais impecável que ela já tinha visto.
   "Es..estou sim, obrigada. É, um dia lindo mesmo... mas por que você cantou aquela música?" respondeu envergonhada. 
   Ele riu, um riso encantador que rimava com o som dos pássaros cantando e das ondas. 
   "Vi sua tatuagem, é essa musica não é? O seu short está cobrindo uma parte dela... E pelo que vejo você gosta de tatuagens né?" lhe respondeu,puxando a perna e examinando as outras tatuagens e a cada uma que encontrava perguntava o significado e assim que acabou de ver percebeu que não sabia o nome dela.
   "Ér... desculpa, meu nome é Filipe e o seu?
   "O meu é Aline, prazer!" com isso Filipe começa a cantar novamente, mas dessa vez não é por causa de nenhuma tatuagem e sim por causa do seu nome    "Oh minha menina és de tudo que mais belo existe,ver tua beleza é esquecer tudo que há de triste..." e Aline se junta a ele "Tua presença Aline é tão sublime quanto o mar e o ar..." e caíram em gargalhadas.
   "Não acredito! Além de gostar de John Lennon você também gosta de Los Hermanos?" perguntou, com muita curiosidade, Aline.
   "É... gosto um pouco. Na verdade so escuto o primeiro CD, é o meu preferido!" Aline esqueceu porque estava chorando, o motivo da sua raiva e até das suas amigas, só ficaram ali conversando o resto do dia, se conhecendo e adorando estar naquele lugar.
   Assim que escureceu eles tiveram de voltar para casa, mas combinaram de se encontrar no dia seguinte, no mesmo lugar e na mesma hora. Aline foi para casa pensando como ele era lindo e meigo, e já deixou tudo pronto pro dia seguinte, queria que tudo fosse perfeito.
   Quando Aline acordou e olhou pela janela viu que Filipe já estava lá, sentado na beira do mar como no dia seguinte e saiu correndo pra se arrumar. Saiu correndo pela praia até o seu encontro, quando estava chegando bem perto dele gritou "QUEM CHEGAR POR ULTIMO NO MAR PAGA A CERVEJAA" então Filipe se levantou e saiu correndo lado a lado com Aline e mergulharam naquele mar gelado e cheio de sonhos. 
   "Você é louca!" foi a primeira coisa que Filipe falou quando subiu do mergulho. E a unica coisa que Aline falou antes de mergulhar de novo foi "Desculpa o atraso". E sem perceber mergulharam de mãos dadas, Filipe a puxou por baixo d'água e a beijou. 
   Saíram da água de mãos dadas e ficaram sentados abraçados. Ele começou a lhe citar Clarice Lispector "O que eu sinto, eu não ajo. O que ajo, não penso. O que penso, não sinto. Do que sei, sou ignorante. Do que sinto, não ignoro. Não me entendo e ajo como se me entendesse." e depois perguntou se ela estava sabendo do luau que haveria naquela tarde. Aline meio encantada com tudo que estava acontecendo disse que achava que não ia. 
   "Você vai! E comigo! Lhe busco as 16h ok?" retrucou Filipe. 
   Aline concordou, sem saber ainda o que estava acontecendo, encantada pelo seu beijo doce e com uma vontade de nunca mais sair dos seus braços , de não deixar ele partir. Quando deu umas 14h os dois foram pra casa se arrumar, Aline escolheu o seu melhor vestido, arrumou o seu cabelo com uma linda trança raiz e prendeu a flor que sua avó tinha lhe dado para dar sorte na ponta da trança. Enquanto Filipe escolheu um roupa simples, uma regata e uma bermuda, mas se perfumou todo, e ficou ensaiando de frente ao espelho o que falar.
   Assim que deu a hora marcada Filipe estava batendo na porta dela, Aline saiu correndo pegou a chave e gritou entre os seus passos apressados "TO INDO, CHEGO TARDE! FUIII!" sem nem conseguir escutar a resposta da sua mãe. Abriu a porta e quando Filipe a viu já não lembrava mais o que tinha ensaiado e só conseguiu ficar parado olhando-a de cima a baixo.
   "Vamos logo, antes que a minha mãe mude de idéia" empurrando ele em direção à praia.
   Chegaram na festa de mãos dadas, Filipe conhecia muita gente então Aline o deixou conversando com 2 amigos dele e foi buscar cerveja, quando ela voltou o viu conversando com outra menina de mãos dadas e a abraçando. Aline continuou andando na direção deles, e quando Filipe a viu soltou a mão da menina e estendeu a mão pra Aline. 
   "Estava muito bom pra ser verdade" falou Aline colocando as cervejas na mão dele. E saiu correndo em seguida sem conseguir escutar o que Filipe gritava. Ao chegar perto de sua casa tirou o vestido e entrou no mar, suas lágrimas se misturavam com a água salgada. 
   Ela sentiu alguém a puxando contra o seu peito lhe transmitindo calma e escutou a sua voz doce,a mesma voz que cantou imagine e que citou Clarice.
   "Ela é a minha irmã, eu ia te apresentar. Ela queria te conhecer porque eu não paro de falar sobre você." e então os dois começaram a rir, e saíram do mar abraçados, para curtir a festa e ficaram lá até o sol nascer.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

juntos novamente

O tempo passa tão rápido que não percebemos que estamos o deixando passar, não vemos que o melhor da vida está se esvaindo entre seus dedos, de forma que você não consegue segurar e que você irá se arrepender depois, pois essa rápida passagem será o seu pior sofrimento, um buraco negro em seu peito, a sangrar.
Por sentires falta começas a lembrar do tempo que nunca mais irá voltar, das amizades que perdeste por ter se afastado -ou simplesmente ter mudado de escola-, das brincadeiras, dos namoros de adolescência, das cachaças tomadas, de uma época cheia de deveres e pressão, mas substancialmente feliz.
Mas só com a dor você percebe que jogou tudo fora , que não deu valor as coisas que aconteceram, a tudo que você construiu. Gastou parte da sua vida em vão, em função de nada, tudo-ou nenhum-conhecimento adquirido sobre aquelas pessoas foi simplesmente deletado da sua memória, nada ficou.
Agora você começa a ver que quer tudo aquilo de volta, as mesmas pessoas a sua volta, para ter novamente aquela felicidade instantânea que você sempre teve, e hoje vive de mal humor pensando que nada valeu a pena.
E é então que quando você menos espera aparece um envelope amarelo com letras vermelho sangue informando urgência, você vira e vê que o remetente é a sua antiga escola, a qual você sente falta, logo abres com as mãos trêmulas sem saber sobre do que se trata. Então, com a carta na mão você passa a lembrar das suas encrencas de adolescente, será que descobriram que foi você que explodiu o cano do banheiro feminino? Que você colocou os baldes de tinta em cima das portas da diretoria e da sala dos professores? Então você decide ler a carta.
Ao começar a ler você abre um sorriso, seu olhos brilham mais do que quando o sol bate no oceano, e assim você lê em voz alta: "...convidamos você para o encontro da turma de 94...". E é nessa hora que você começa a sentir aquela felicidade voltar para o seu peito, aquela ferida se fechar e então você espera o dia chegar com muita ansiedade.
Quando finalmente o dia chega, você entra nervosa na quadra, a qual está toda enfeitada como no baile de formatura, e então você encontra um grupinho reunido no canto da quadra, no seu cantinho. Você anda até aquele grupinho pra ver quem são, e antes de ver alguma coisa você sente um abraço apertado como no ultimo dia que vocês se viram, e logo você se sente em casa. Esquece o nervosismo, e passa a dar atenção aqueles que você não via a anos, e depois de algumas horas do termino do encontro, você se vê dentro da burgueria pin up, onde você costumavam almoçar e festejar os aniversários, conversando sobre o passado e começando um futuro, juntos novamente.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

um sofrimento de felicidade

















O seu olhar é lindo, seu sorriso é cativante, seu sotaque é perfeito e a sua forma de dormir é a mais engraçada. Todos os nossos momentos juntos me fizeram perceber o quanto você é perfeito e como a nossa historia não é de amor.
A cada dia que passa eu vejo e aprendo a ser mais feliz, a amar o seu cabelo estilo anos 60 e suas botas de combate. Passo a pensar em você o dia inteiro e a te imaginar fazendo suas palavras cruzadas e cantando no chuveiro só pra me fazer rir.
E como sempre eu vou e apaixonando, e você me mostrando a cada dia que passa que não quer nada, que é só uma coisa casual, que todo o tempo que passamos juntos foram só horas que vamos lembrar por um tempo e nunca mais, e então você decide que a nossa vida não terá roteiro, que seremos felizes sem rotular e sem esperar nada.
Mas você, sem querer, não mede esforços para me conquistar diariamente, fazendo com que eu me sinta mal. Me fazendo te querer ainda mais, querer que você seja unicamente meu. Uma vontade inexplicável de querer te possuir me consome, me enlouquece.
Mas o encanto então acaba e percebo que odeio toda essa falta de amor e carinho seu, que eu não quero algo casual e que sem você eu vou viver melhor do que antes, mas sofrerei para me acostumar.
E a cada dia sem você é um sofrimento de felicidade, onde eu realmente acho o afeto e o amor, percebendo que rotular as coisas fazem com que elas pareçam mais seguras e firmes e assim eu vou aprendendo a ser feliz.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

azul esverdeado























Acordei de um sonho,muito assustada. Pois eu sonhava com uma viagem para um lugar desconhecido, onde não reconheci nada. Fiquei envolvida por um céu amarelo queimado, lembrando a areia da praia, limpo sem nuvens. Uma grama de um verde perfeito, que refletia no meu vestido branco arrastando ao chão.
Quando abri os olhos, primeiramente,fui até a janela procurar o azul do meu céu. E ele estava lá, um azul de tom perfeito, coberto por nuvens delicadas que com um toque viram açúcar.
Vesti um vestido rosado, que lembra as maçãs do rosto inocente de um bebê, peguei apenas as chaves e larguei tudo para trás. Fui andando lentamente pela beira-rio, vendo a luz sendo refletida no Rio Capibaribe até chegar a parada de ônibus e ficar esperando o Casa Amarela/Nova Torre chegar. Enquanto eu esperava o sol ia ficando mais forte e ia iluminando os meus olhos cor de grama, quando peguei o ônibus vi trabalhadores e estudantes com cara de sono, sem perceber o lindo dia. 
Parei na restauração, o sol já estava forte e por sorte o ônibus já vinha, entrei no PE-15/Afogados que como sempre estava lotado e logo chegaria aonde eu queria. Enquanto esperava o meu destino chegar escutava um cantador que tentava conseguir alguns míseros centavos.
Quando desci do ônibus fui em direção ao céu do meu sonho, que agora era chão. Fui ao encontro da areia para queimar os meus pés, e entrei no mar, de roupa e tudo pra me purificar e me banhar com o azul esverdeado que só pertence ao mar.